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Abra de alguma lucidez audível / o que nem sabe-se por palavras nem / na música caminha, nem o silêncio anuncia-o [...] (J.O.Travanca Rego)

07 fevereiro, 2006

A fotografia em Thomas Bernhard


Os que se interessam por fotografia têm no livro Extinção algumas páginas que lhes são particularmente dirigidas. Escreve: «Fotografar é um vício abjecto, que a pouco e pouco e pouco se vai apoderando de toda a humanidade, porque esta não está só apaixonada, mas também doida pela distorção e pela perversidade e, de tanto fotografar, toma efectivamente, com o tempo, o mundo distorcido e perverso pelo único que é verdadeiro» (pgs.37, 38 e 208). Para Bernhard, através de Murau, o narrador, as imagens deslocam e colonizam o real: um pensamento muito debatido no contemporâneo.
Nesta sua derradeira obra, Thomas Bernhard não deixa nada de fora: o mal tudo sobrevoa e tudo enche e só o excesso como sublimação mantém vivo o narrador (autor da sua própria extinção) e esse excesso manifesta-se na narração da história trágica de Wolfsegg.

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