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Abra de alguma lucidez audível / o que nem sabe-se por palavras nem / na música caminha, nem o silêncio anuncia-o [...] (J.O.Travanca Rego)

15 fevereiro, 2009

O lugar


Nestes tempos de «crise» voltemos aos gregos; ao lugar onde ela começou.
O meu conterrâneo Albano Martins junta-se a outros que têm vindo a traduzir as obras literárias e filosóficas mais marcantes do período helénico.
Como se diz em badana, «esta antologia tem como matriz de referência duas obras publicadas em França na segunda metade do século passado: Anthologie de la Poésie Grecque, de Robert Brasillac e La Couronne et la Lyre, de Marguerite Yourcenar.»
Ao todo são passadas em revista obras de Homero, Hesíodo, Safo, Pitágoras, Calístrato, Sófocles e muitos outros, acabando em Paulo Silenciário.
Há nestes autores e sábios muito dizer que nos ajuda a repensar o estatuto do homem contemporâneo, suas virtudes e defeitos.
Deixo aqui um pequeno poema de Eurípedes, Maldição sobre Esparta:



Ó habitantes de Esparta, os mais odiosos dos mortais
para todo os homens, pérfidos
conselheiros, reis da mentira,
urdidores de males, mentes retorcidas,
coisa insana, desconfiando de tudo em redor,
vós prosperais injustamente na Grécia.
O que falta entre vós? Não tendes
o maior número de crimes? Não sois cobiçosos?
E não sois sempre apanhados a dizer
uma coisa com a língua, pensando noutra?



(Andrómaca)