A fotografia era o real. Tornava visíveis os opacos e por eles a luz. É um problema do século XIX: ver o invisível. Também o som. Só que a fotografia nas suas relações com o poder quis ser outra coisa: propaganda. E, no melhor, um exemplo retórico do que estava escrito.
No momento em que alguns artistas usam a fotografia para "recriar" o real, opondo imagens, manipulando outras, a imagem técnica instalou-se numa transhermenêutica que lhe retirou a noção do verosímil. Então a fotografia desceu à morte que sempre representou.
Lembro-me sempre de Kafka numa conversa com Thieberger: a fotografia é uma coisa sinistra. E ainda por cima pode ser ampliada.
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