
Autor: António Salvado
Obras: REPOR A LUZ e AURAS DO EGEU e de todos os mares
Editora: Fólio Exemplar
Ano/Cidade: 2011/Lisboa
Há poetas que vêm connosco desde sempre. Perdidos na infância, ambos. Lembramos nomes. Às vezes ainda não como criadores de poemas e obras mas apenas um nome. Depois chegamos àquela idade que se deseja ler sem sabermos a causa. É aqui que surge António Salvado. Como outros, mas no meu tempo apenas, limitou uma pátria sensível e sobre ela escreve. Se este texto tivesse outro alcance, podia falar de uma cultura sensível, aquela que permanece inviolável nas comunidades beirãs: um olhar muito próximo da natureza que ele soube captar como poucos; um ouvido apurado para o fazer dos insectos se é verão; o itinerário das águas e a metamorfose das flores. E como todos os que chegam à sua idade (Castelo Branco, 20 de Fevereiro de 1936), sente-se agora nos seus poemas um outro alcance, uma espécie de ética poética que quer transmitir aos seus leitores. E por baixo, mesmo no lugar em que o seu sangue tinge as ribeiras, o assombro constante de quem pela primeira vez viu crescer e definhar uma flor.
Os poetas lembram-nos mais que outros o que é estarmos vivos, mesmo que cercados pelo inverso.
«Ó Cesário, tu que amavas a cidade e detestavas o campo, deixa que alguns corações repousem no zumbido sazonal da paisagem.»
Obras: REPOR A LUZ e AURAS DO EGEU e de todos os mares
Editora: Fólio Exemplar
Ano/Cidade: 2011/Lisboa
Há poetas que vêm connosco desde sempre. Perdidos na infância, ambos. Lembramos nomes. Às vezes ainda não como criadores de poemas e obras mas apenas um nome. Depois chegamos àquela idade que se deseja ler sem sabermos a causa. É aqui que surge António Salvado. Como outros, mas no meu tempo apenas, limitou uma pátria sensível e sobre ela escreve. Se este texto tivesse outro alcance, podia falar de uma cultura sensível, aquela que permanece inviolável nas comunidades beirãs: um olhar muito próximo da natureza que ele soube captar como poucos; um ouvido apurado para o fazer dos insectos se é verão; o itinerário das águas e a metamorfose das flores. E como todos os que chegam à sua idade (Castelo Branco, 20 de Fevereiro de 1936), sente-se agora nos seus poemas um outro alcance, uma espécie de ética poética que quer transmitir aos seus leitores. E por baixo, mesmo no lugar em que o seu sangue tinge as ribeiras, o assombro constante de quem pela primeira vez viu crescer e definhar uma flor.
Os poetas lembram-nos mais que outros o que é estarmos vivos, mesmo que cercados pelo inverso.
«Ó Cesário, tu que amavas a cidade e detestavas o campo, deixa que alguns corações repousem no zumbido sazonal da paisagem.»
Aquilo que direi…
[…]
E só nomes gerados pel’ausência
Aqueles que ouvirás:
Com sílabas de amor fora do tempo
E conformando um comovido espaço.
(do livro Repor a Luz)
[…]
E só nomes gerados pel’ausência
Aqueles que ouvirás:
Com sílabas de amor fora do tempo
E conformando um comovido espaço.
(do livro Repor a Luz)
Agora que faz anos, daqui lhe mando uma abraço.
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