
Comecei a lê-lo há mais de vinte e cinco anos. Tínhamos autores comuns dos quais fomos fervorosos leitores. Este pretérito dói. Foi meu professor e fez parte do júri da minha dissertação de mestrado. Fiquei a dever-lhe um almoço. Tive oportunidade de lho pagar e não o fiz. O Eduardo Prado Coelho era muito novo, novo como todos os dias. Dá-me saudades saber que não posso falar dele como se estivesse vivo. Lia como poucos, sabia ler. Encontrava quase sempre um traçado que nos punha a caminhar, lado a lado, com a escrita. E depois amava como poucos tudo o que os homens fazem para sobreviver, e nisso incluo a arte. Deixou um lugar que vai demorar algum tempo a ser ocupado. Vamo-nos encontrando por aí:
«o poema existe em si mesmo, como evidência exclusiva. Não é forçosamente comunicação, mas algo que nos toca. O mais importante no mundo: tu e alguma poesia. Mas tu és sempre a poesia em si mesma.» (de uma crónica no Público).
«o poema existe em si mesmo, como evidência exclusiva. Não é forçosamente comunicação, mas algo que nos toca. O mais importante no mundo: tu e alguma poesia. Mas tu és sempre a poesia em si mesma.» (de uma crónica no Público).