
Fiama Hasse Pais Brandão morreu na Sexta-Feira. Aquela poesia que lemos no pequeno caderno do grupo de 61, tornou-se aos poucos um diálogo com toda a circulação do mundo. Há nela um corrimento de vida para as coisas naturais que nos rodeiam. Todos os sentidos no mesmo verso:
Diz a criança um dia:
aqui estamos no mundo
a pedra é como eu.
(Fábulas)
E ainda,
Por detrás desta porta,
uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiamos
fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
(Cenas Vivas)
Daqui a minha saudade.